A tristeza e a solidão
Tudo ao meu redor se define assim
Tristeza e Solidão
Não há família, não há sonhos que eu queira concretizar
Tenho amigos, sei ser amiga
Mas, também gostaria de ter várias pessoas ao redor
Pessoas que me amassem
O silêncio me angustia
A ausência me entorpece
Tudo em de redor se define assim
Tristeza e Solidão
Foi meu aniversário
Ninguém tem noção da tristeza
Ninguém sequer tem a percepção da angústia que foi
Da solidão incomensurável
Tudo que eu queria era uma mesa repleta de amigos
Pois, não tenho mais ninguém
Mas, como eles podem imaginar tal coisa
Cada qual tem sua família
Cada qual tem seu universo
E eu aqui orbitando entre universos paralelos
Sou a pequena vendedora de fósforos
Fico a observar as famílias em suas casas
Pela janela observo seus sorrisos e seu amor
Amor esse que eu nunca tive, e que jamais terei
Fico ali observando
Desejando ter um momento sequer desse amor
Mas, por algum defeito de fabricação
A mim não é permitido sequer a constatação
Quando uma fagulha de esperança se acende
Logo vem a chuva fria apagar qualquer calor
Ou luz de esperança
Não peço presentes, peço presenças
Peço lembranças, ao menos tiveram
Aqueles que lindas mensagens me deixaram
Não os esqueci, mas como todos
Que por conhecer tanta gente
Devem ter pensado que cercada eu estaria
E realmente eu estava, cercada pelo vazio
Algo que ninguém jamais imagina
É provável que na minha morte
Haja, talvez apenas o coveiro
E talvez um ou dois amigos
Ou uma ou duas amigas
Não haverá lágrimas ou tristeza
Haverá apenas o silêncio
E ali o corpo se fará em cinzas ante o crematório
E do pó ao pó ao retornarei
E quem sabe numa próxima vida
Eu tenha a competência para ser amada
Tenha a competência para ser lembrada
Tenha a competência para ser querida
E quem sabe para alguém eu faça a falta e a diferença
Mas por enquanto tudo se define pra mim
Em Solidão e Tristeza
Poesia criada em 02/02/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Em honra do meu aniversário