segunda-feira, 2 de julho de 2007

Desabafos Insanos

A tristeza e a solidão

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Tudo ao meu redor se define assim

Tristeza e Solidão

Não há família, não há sonhos que eu queira concretizar

Tenho amigos, sei ser amiga

Mas, também gostaria de ter várias pessoas ao redor

Pessoas que me amassem

O silêncio me angustia

A ausência me entorpece
Tudo em de redor se define assim
Tristeza e Solidão

Foi meu aniversário

Ninguém tem noção da tristeza

Ninguém sequer tem a percepção da angústia que foi

Da solidão incomensurável

Tudo que eu queria era uma mesa repleta de amigos
Pois, não tenho mais ninguém

Mas, como eles podem imaginar tal coisa

Cada qual tem sua família

Cada qual tem seu universo

E eu aqui orbitando entre universos paralelos

Sou a pequena vendedora de fósforos

Fico a observar as famílias em suas casas

Pela janela observo seus sorrisos e seu amor

Amor esse que eu nunca tive, e que jamais terei

Fico ali observando

Desejando ter um momento sequer desse amor

Mas, por algum defeito de fabricação

A mim não é permitido sequer a constatação

Quando uma fagulha de esperança se acende

Logo vem a chuva fria apagar qualquer calor

Ou luz de esperança

Não peço presentes, peço presenças

Peço lembranças, ao menos tiveram

Aqueles que lindas mensagens me deixaram

Não os esqueci, mas como todos

Que por conhecer tanta gente

Devem ter pensado que cercada eu estaria

E realmente eu estava, cercada pelo vazio

Algo que ninguém jamais imagina

É provável que na minha morte

Haja, talvez apenas o coveiro

E talvez um ou dois amigos

Ou uma ou duas amigas

Não haverá lágrimas ou tristeza

Haverá apenas o silêncio

E ali o corpo se fará em cinzas ante o crematório

E do pó ao pó ao retornarei

E quem sabe numa próxima vida

Eu tenha a competência para ser amada

Tenha a competência para ser lembrada

Tenha a competência para ser querida

E quem sabe para alguém eu faça a falta e a diferença

Mas por enquanto tudo se define pra mim

Em Solidão e Tristeza




Poesia criada em 02/02/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Em honra do meu aniversário

domingo, 24 de junho de 2007

Apenas um desabafo de Tristesse X

Insana Lascívia


Pedro&Inês

Teu nome se chama lascívia ...

Nasce do desejo insano



Carrega um que de veneno, às vezes, um que de doçura

Não sei por quem me toma, mas aparece e me desnuda

Traduz em chamas acesas uma necessidade preemente

Insaciável e lânguida , a qual se lança ao paradoxo

da minha ingênua perversidade



Não tece escolhas, tece sim, redes invisíveis

que enrodilham e embotam a mente

A lucidez dá vazão à insanidade que perscruta



uma simbiose entre prazer e existir



Para ser tão somente insana...

Poesia criada em 23/06/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Simplesmente para F.V.D.B.


terça-feira, 5 de junho de 2007

Apenas um desabafo de Tristesse IX

MEU EXISTIR SILENTE


Existe algo em mim que eu não consigo explicar

Existe uma sombra em meu olhar que não consigo apagar

Sinto em minha alma uma lacuna que não possui encaixe


Existe sim a falta que você me faz

Um vazio que abarca meu ser

Que o transforma em célula amorfa


Meu ser já desconhece as lágrimas

Pois não há mais nada que elas

possam fazer por mim



Não há mais nada na alma ou no coração

O abismo é formado de vazio

Não existe medo, tampouco ira ou perfídia

Existe apenas o tempo que se esvai

Como areia por entre os dedos


E eu aqui sem você, sem seu olhar ou tocar

Sem sua voz a me acariciar,

Sem sua língua a me percorrer

Sem suas mãos a me traçarem caminhos incendiários


Enfim, hoje minha alma vaga solitária e insana

Por entre mundos desconhecidos

Envoltos em névoas e brumas

Não há nada que possam descortinar

Essas vendas intranqüilas


Sou agora andarilha vagante

Delirante e sem rumo

Sempre em busca de tua voz e sorriso

E a tua forma única de me fazer vibrar


E ao menos no silêncio da papel e da tela virtual

posso dizer que TE AMO!


Mesmo que você jamais venha a ouvir ou perceber

tal súplica por sua presença em minha vida

Tão somente posso me abandonar ao meu sentimento

Que apesar de silente, precisa encontrar voz

Para que eu não me veja enlouquecer

Por tanto te amar


Poesia criada em 06/06/2007

Autoria: Cristiane Schilipack

Simplesmente para F.V.D.B.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Apenas um desabafo de Tristesse VIII

ONDE NUNCA SERÁ O MESMO


Onde tudo nunca será o mesmo
Nenhuma rua será a mesma,
se por ela tivermos passado

Nenhuma mesa de bar terá
a mesma surpresa se por ali
tivermos estado

E nada haverá de pior
que as massacrantes
lembranças de não ter
podido ser tão somente eu,
sem máscaras ou armas

E derradeiramente,
assim eu te perdi
e me perdi


E a mim só restam
o silêncio e o vazio,
o desespero e a certeza
que jamais o terei
em minha vida


Poesia criada em 25/04/2006
Autoria: Cristiane Schilipack
Para simplesmente F.V.D.B.

Apenas um desabafo de Tristesse VII

OLHOS E LÁGRIMAS!!!!





Olhos silentes
Olhos marejados

Lágrimas que deslizam
pela rósea curva da face
Correm e rolam como
Labaredas de fogo

São silenciosas e invisíveis,
São desabafos mudos e
Perdidos na risível bruma
De um lugar comum

São testemunhas solitárias
A dor corrói e destrói
Cada gota de esperança

Ao horizonte só se vê
A solidão clamante e
Plangente como uma norna

Não há sorriso de alma,
Não há aconchego ou lar
Existe apenas o caminho
Para trilhar sob a chuva
E assim cobrir as gotas
Salgadas de Prata que
Se mesclam a ela

Há uma parada eventual que
Tece novos fios de esperança
Que logo são destruídos

Destruição trazida por uma insana dor
Que busca o interminável morrer em vida

Lento e torturante
Arrancando finos filetes
De sangue e sal

Cravejando e incrustrando
Pedras vítreas e amorfas
Em uma sólida máscara de
Impiedosa invulnerabilidade

E assim uma vez mais
A Fortaleza se eleva
Altaneira e majestosa

O abrigo e o conforto
Ofertado aos outros
Continua ali, enquanto
Pelas ruínas que estão
Dentre os poros da pedra fria,
Se petrificam e tratam de
Enregelar a alma que não
Pode ser humana ou mulher

Ela clama e grita,
Os grilhões então
A apertam cada vez mais
Imobilizando-a, contraindo-a
A uma peça ou estátua inerme

Contudo, viva e desesperada

Eles a sufocam, a estrangulam
Enquanto sua agonia solitária
Se esvai pelo muro em derredor
Que emudece seus gritos e clamores
Pois para ela não há esperança,
Há só uma janela por onde ela
Vê pessoas passarem

Ela sabe que não há expectativas
Otimistas, apenas vãs conversas
Pois, alguns dos transeuntes param
Até para conversar ou pedir auxílio
Mas, ninguém percebe sua prisão

A maioria sequer
Percebe sua presença
Ou Sombra
Como poderiam perceber
Seu sangue marcado, suas
Feridas profundas, que
Como grotas dilaceram
Seu espírito, e mesmo
Assim, ali está ela, viva

Em busca de um raio de sol
Em busca de um toque seu
Em busca de ser igual
Em busca de ser simplesmente
Uma mulher em teu olhar

Mas, isso já é insano
Não há esperança
Não há ninguém aqui
Não há sombra ou pó

Somente o NADA
De ser eu mesma

Poesia criada em 24/04/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Para Simplesmente F.V.D.B.

Apenas um desabafo de Tristesse VI

PELA JANELA




Da janela ao redor
A vida passa

Ao meu redor observo
Silente tudo aquilo que
Sonhei e desejei, mas
Percebo ser destinado
Apenas aos outros

Para mim serão sonhos e
Desejos desenhados na areia
E ao passar da primeira onda
Serão levados e extintos como
Se jamais tivessem existido

Pela vitrine observo
Silenciosa os olhares,
Os sorrisos e os abraços
As famílias que jamais
Serão minhas

Observo ali, muda e invisível
Pois, não há sombra sequer
De minha presença

Aos poucos que me olham
Ou se dão conta de
Minha mera existência
Sempre me perguntam:

"Quem é você?"
A parte engraçada é
Que por um momento apenas
Um instante de passado
Atrás, eu tinha um
Rosto e um nome
Para esses mesmo
Que hoje me perguntam
Quem sou...

Hoje não há sombra
Ou relêvo sobre tal
Conhecimento ou
Presença

Ou seja, não há
Sequer o pó de
Minha parca
Existência

Nada será sempre o
Meu nome, e sombra
Será o instante passageiro
Que alguém terá de
Lembrança minha.
Poesia criada em 24/04/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Simplesmente para F.V.D.B.

domingo, 22 de abril de 2007

Apenas um desabafo de Tristesse V



A DOR


Dor insana
Que permeia meu ser
Aniquila com tudo
Deixa a casca intacta

O ser interno se torna
Cada vez mais taciturno
Como fazer para enterrar a dor?

Não se pode esmorecer
Não se pode permitir cair
Não se pode fazer nada

Apenas se tornar uma máscara
Nada mais a fazer
Caminhar incólume e à margem
Impassível e intocável
Inatingível como uma estrela cadente

Morta e enegrecida tal qual
Uma ruína tomada pelo fogo
Porém, ereta e altaneira
Como um soberbo minarete
Em meio ao deserto

Continuando a ser tão somente
Porto ou abrigo
Asilo de muitos
Contudo sempre se encontra
Descoberta e fustigada pelos
Ventos e tempestades

Não há fuga
Não há caminho de saída
Está ali e ponto
E poucos são capazes
De lhe observar a dor
Tampouco poderem
Lhe dar alento

Pois aos ventos e as tempestade
Que fustigam sua face sem cessar
Não lhe permitem ser aquilo
Que gostaria de ser

Em meio ao lago de fogo que a cerca
A alta temperatura a molda
Impenetrável, incorrupta e intocável

Dilacerada e sufocada pelos gases mortais
Seus gritos não podem ser ouvidos
Porque são silentes ante os trovões
E relâmpagos, e como não há a beleza
Não há encanto, o desafio
Não vale o preço da conquista

Enfim só lhe resta
A dor ...
Clamante e pungente
Que a recorda de ser
Sólida e solitária

De vez em quando
Um raio de sol permeia
Seu cárcere eterno
Seu ser sombrio se ilumina
Momento fulgaz que passa
Como um suspiro derradeiro

E a dor volta clamante
Por sua mente e alma
Seu corpo se contorce ante aos grilhões
Mas, sua força se esvai

Restando apenas a aparência
Nada mais que a capa protetora
Pois sua função está em ser abrigo
Dar alento e conforto
Todavia, jamais receber em troca

Sua função consiste em nunca
Esmorecer ou cair
Não importa a dor,
Não importa se é humana
Se é Mulher ou não

Seu destino jaz em apenas
Sentir ou perceber a dor
Própria ou alheia

Amar ou ser amada
Isso nunca acontecerá
Porque não possui o
Talento exigido para tal coisa

Silente e solitária
Invulnerável e impenetrável
Não há espaço para docilidade
Não há tempo para carícias
Nem tampouco para sonhos

O único morador resilente
É a dor, apenas dor
Para lhe mostrar
Quão mordaz pode ser
Seu açoite ...

O alívio de um raio de sol
Sempre será substituído
Por inúmeras chibatadas

Punição por ter ousado
Se lembrar da esperança
De ter almejado ser amada

O Riso plangente da Dor
A faz estremecer
O frio caótico dentro

Da insípida alma que teima
Em continuar humana
Se recusa...

Mesmo atada aos grilhões
Enfrentar a Dor como um tordo
Preso nas patas de um gato furioso

Por mais lastimosa e triste
Que se encontre,

Ela ao menos revive
Ante pequenos espaços
A lembrança do calor do sol

A amargura seca sua boca
As lágrimas correm sem embaraço
E a Dor aplaude de camarote
Mais uma vez sua insana vitória
Sobre uma alma torturada




Autoria: Cristiane Schilipack
Poesia criada em 22/04/2007
simplesmente para F. V. D. B.