quinta-feira, 26 de abril de 2007

Apenas um desabafo de Tristesse VII

OLHOS E LÁGRIMAS!!!!





Olhos silentes
Olhos marejados

Lágrimas que deslizam
pela rósea curva da face
Correm e rolam como
Labaredas de fogo

São silenciosas e invisíveis,
São desabafos mudos e
Perdidos na risível bruma
De um lugar comum

São testemunhas solitárias
A dor corrói e destrói
Cada gota de esperança

Ao horizonte só se vê
A solidão clamante e
Plangente como uma norna

Não há sorriso de alma,
Não há aconchego ou lar
Existe apenas o caminho
Para trilhar sob a chuva
E assim cobrir as gotas
Salgadas de Prata que
Se mesclam a ela

Há uma parada eventual que
Tece novos fios de esperança
Que logo são destruídos

Destruição trazida por uma insana dor
Que busca o interminável morrer em vida

Lento e torturante
Arrancando finos filetes
De sangue e sal

Cravejando e incrustrando
Pedras vítreas e amorfas
Em uma sólida máscara de
Impiedosa invulnerabilidade

E assim uma vez mais
A Fortaleza se eleva
Altaneira e majestosa

O abrigo e o conforto
Ofertado aos outros
Continua ali, enquanto
Pelas ruínas que estão
Dentre os poros da pedra fria,
Se petrificam e tratam de
Enregelar a alma que não
Pode ser humana ou mulher

Ela clama e grita,
Os grilhões então
A apertam cada vez mais
Imobilizando-a, contraindo-a
A uma peça ou estátua inerme

Contudo, viva e desesperada

Eles a sufocam, a estrangulam
Enquanto sua agonia solitária
Se esvai pelo muro em derredor
Que emudece seus gritos e clamores
Pois para ela não há esperança,
Há só uma janela por onde ela
Vê pessoas passarem

Ela sabe que não há expectativas
Otimistas, apenas vãs conversas
Pois, alguns dos transeuntes param
Até para conversar ou pedir auxílio
Mas, ninguém percebe sua prisão

A maioria sequer
Percebe sua presença
Ou Sombra
Como poderiam perceber
Seu sangue marcado, suas
Feridas profundas, que
Como grotas dilaceram
Seu espírito, e mesmo
Assim, ali está ela, viva

Em busca de um raio de sol
Em busca de um toque seu
Em busca de ser igual
Em busca de ser simplesmente
Uma mulher em teu olhar

Mas, isso já é insano
Não há esperança
Não há ninguém aqui
Não há sombra ou pó

Somente o NADA
De ser eu mesma

Poesia criada em 24/04/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Para Simplesmente F.V.D.B.

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