PELA JANELA
Da janela ao redor
A vida passa
Ao meu redor observo
Silente tudo aquilo que
Sonhei e desejei, mas
Percebo ser destinado
Apenas aos outros
Para mim serão sonhos e
Desejos desenhados na areia
E ao passar da primeira onda
Serão levados e extintos como
Se jamais tivessem existido
Pela vitrine observo
Silenciosa os olhares,
Os sorrisos e os abraços
As famílias que jamais
Serão minhas
Observo ali, muda e invisível
Pois, não há sombra sequer
De minha presença
Aos poucos que me olham
Ou se dão conta de
Minha mera existência
Sempre me perguntam:
"Quem é você?"
A parte engraçada é
Que por um momento apenas
Um instante de passado
Atrás, eu tinha um
Rosto e um nome
Para esses mesmo
Que hoje me perguntam
Quem sou...
Hoje não há sombra
Ou relêvo sobre tal
Conhecimento ou
Presença
Ou seja, não há
Sequer o pó de
Minha parca
Existência
Nada será sempre o
Meu nome, e sombra
Será o instante passageiro
Que alguém terá de
Lembrança minha.
Poesia criada em 24/04/2007
Autoria: Cristiane Schilipack
Simplesmente para F.V.D.B.
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